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Sexo Aditivado (Chemsex): práticas, riscos e estratégias de redução de danos
17 de janeiro de 2024
O chemsex é a prática sexual associada ao uso de substâncias psicoativas, que exige estratégias de redução de danos para um ato mais seguro
Este conteúdo é resultado da colaboração entre o Desinstitute e o Super Indetectável, o Instituto Multiverso e João Geraldo Netto.
O chemsex ou sexo aditivado é uma prática que envolve a realização de relações sexuais sob os efeitos de substâncias psicoativas, sejam elas lícitas ou ilícitas, como ecstasy, GI, LSD, maconha, metanfetamina, tadalafila e viagra.
A atração pelo chemsex muitas vezes está relacionada aos efeitos que essas drogas proporcionam durante o ato sexual. Os possíveis motivos vão desde a desinibição pré-sexo até a melhora da performance, com aumento da libido, maior duração da atividade e elevação da tolerância para fetiches desafiadores.
O chemsex não se restringe a uma única sociedade, sendo observado em diferentes contextos e dinâmicas ao redor do mundo. Portanto, é necessário reforçar que o sexo aditivado não é praticado por um único perfil de indivíduo e pode ter motivações diversas.
Saúde pública na abordagem do chemsex
Instituições de saúde e políticas públicas podem colaborar para uma prática mais segura do sexo aditivado por meio de estratégias de redução de danos, com a oferta gratuita de métodos de prevenção e de informações seguras sobre o chemsex.
Essa atuação é crucial, uma vez que que o sexo aditivado pode estar associado ao aumento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e casos de abusos sexuais.
Estratégias de redução de danos para o chemsex
Para aqueles que praticam o sexo aditivado, é importante salientar que a redução de danos é uma das formas de minimizar os riscos à saúde física e mental. Confira algumas estratégias:
- Estude sobre o chemsex: adquirir conhecimento sobre as substâncias envolvidas, seus efeitos e potenciais riscos é fundamental. A informação é uma ferramenta poderosa para tomar decisões conscientes e responsáveis.
- Evite misturar substâncias: a combinação de diferentes psicoativos pode intensificar os efeitos colaterais e aumentar consideravelmente os riscos à saúde. Optar por uma abordagem mais cautelosa na escolha e no uso de substâncias é uma medida preventiva essencial.
- Hidrate-se e alimente-se: a desidratação e a carência nutricional causadas pelo uso de substâncias trazem sérios riscos à vida. Manter-se bem hidratado e nutrido é fundamental para cuidar da saúde durante e após a prática do sexo aditivado.
- Não compartilhe objetos: a partilha de objetos aumenta significativamente o risco de transmissão de HIV e Hepatite C. A prática com redução de riscos envolve a utilização de utensílios individuais e descartáveis, sempre que possível.
- Conheça seus limites: é importante reconhecer os próprios limites para diminuir situações de risco. Cada pessoa reage de maneira única às substâncias, e respeitar os sinais do corpo é essencial para cuidar do bem-estar físico e mental.
- Previna-se: a adoção de práticas preventivas, como o uso de preservativos e outros métodos de proteção, é fundamental para reduzir os riscos de ISTs.
Independentemente da forma como ocorre, a prática sexual deve contar com a garantia de saúde e liberdade. No Brasil, onde temos o direito constitucional à saúde, é fundamental garantir que tudo que envolve a sexualidade humana conte com a devida segurança e respeito.
Este material destina-se exclusivamente a maiores de 18 anos e não é uma apologia ao uso de drogas. Todas as informações aqui contidas são baseadas nas Leis Federais Nº 11.343/2006 e Nº 13.840/2019 e na Portaria Nº 1.028/2005 do Ministério da Saúde.