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O Carnaval e o direito à alegria
11 de fevereiro de 2024
Coletividade para lutar, saúde para viver, liberdade para seguir, alegria para resistir.
O Carnaval, além de ser um momento de pausa da lógica produtiva para algumas pessoas e de alegria para outras, é também uma data símbolo de resistência. Devido à multiplicidade de manifestações, constitui-se como um espaço de celebração coletiva capaz de fortalecer pertencimentos e sociabilidades e de confrontar o individualismo aclamado pela lógica neoliberal e a repressão imposta por uma estrutura normatizante.
No Brasil, ao longo da maior parte de sua história, houve uma aposta na exclusão e na concentração da riqueza como parte do projeto de formação do Estado-nação. Ao mesmo tempo, a população brasileira construiu, nas brechas deixadas pela exclusão, um conjunto de valores e significados que se manifestam na capacidade de resistir e, sobretudo, reinventar a existência como uma experiência marcada pela alegria e liberdade.
Apesar de o Carnaval atualmente ser explorado por grandes empresas visando lucro, não devemos desconsiderar o seu significado simbólico como uma expressão de liberdade e ressignificação.
Além disso, embora esta ocasião seja frequentemente percebida de forma estereotipada como uma celebração alienada, isso não reflete a verdadeira essência da celebração. Na realidade, durante o Carnaval, uma variedade de corpos expressa um dos direitos humanos fundamentais que devem ser assegurados à população brasileira: o direito à alegria!