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A representação da loucura nas narrativas midiáticas

A representação da loucura nas narrativas midiáticas

20 de junho de 2024

Por desinstitute

A representação da loucura na mídia ao longo do tempo reflete sentimentos, preconceitos, estereótipos e críticas sociais. Diretores de cinema, por exemplo, utilizam diversas técnicas narrativas para expor as formas de tratamento e exclusão dos indivíduos considerados loucos em instituições psiquiátricas, espelhando os valores e ideologias da sociedade. Em algumas obras, a loucura é retratada como um elemento de punição ou romantização.

A noção de loucura é uma construção social que varia conforme as influências ideológicas, políticas, religiosas, sociais, econômicas e midiáticas de cada época. Na Idade Moderna, por exemplo, surgiu um novo ideal que exaltava a razão, e o louco passou a ser visto não apenas como um erro, mas como uma ameaça à racionalidade. Esses pensamentos da época refletiram-se em obras literárias e, consequentemente, no pensamento coletivo.

Já no início da era contemporânea, novas ideias, teorias e instituições reforçam essa visão, transformando a loucura em um problema científico. Com o surgimento da Psiquiatria, a loucura foi legitimada como doença e passou a ser considerada criminosa, perigosa e potencialmente contagiosa. Essas características também passaram a aparecer nos discursos hegemônicos e nas narrativas midiáticas.

Nesse sentido, a estética do louco frequentemente é retratada de maneira amedrontadora, contribuindo com a ideia de que deve ser temido ou contido. Isso, muitas vezes, reflete no discurso manicomial do imaginário social, contribuindo para a falta de empatia em relação aos que sofrem de distúrbios psiquiátricos na vida real e para questões relacionadas ao acolhimento e cuidados mais eficazes.

Por outro lado, algumas produções, como “Holocausto Brasileiro”, “Nise – O Coração da Loucura” e “O Bicho de Sete Cabeças”, nos fazem refletir sobre como os ditos loucos são tratados em manicômios. Essas obras geram uma reflexão sobre o tratamento utilizado e a desumanidade diante do diferente.

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