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Como as políticas de drogas punitivistas impactam na saúde das comunidades mais pobres da América Latina
27 de julho de 2024
As comunidades mais pobres frequentemente já enfrentam dificuldades significativas no acesso a serviços de saúde devido à localização geográfica remota, infraestrutura inadequada e escassez de profissionais de saúde. De acordo com o relatório sistematizado pelo Dejusticia, as políticas de drogas punitivistas agravam esses problemas ao redirecionar recursos para ações de repressão em vez de investir na saúde pública.
A criminalização das pessoas envolvidas no cultivo de plantas ilícitas e no tráfico de drogas contribui para a estigmatização dessas populações. Isso dificulta ainda mais o acesso aos serviços de saúde, já que muitas pessoas evitam procurar ajuda médica por medo de serem denunciadas ou presas.
Além disso, as comunidades rurais afetadas pela violência associada ao tráfico de drogas e às operações repressivas do Estado sofrem altos níveis de estresse e trauma. A exposição contínua à violência, ao deslocamento forçado e à perda de meios de subsistência tem efeitos devastadores na saúde mental.
A abordagem punitivista também falha em abordar de maneira eficaz o uso problemático de drogas. Em vez de fornecer programas de redução de danos, tratamento e reabilitação, as políticas repressivas focam na criminalização.
Outro ponto da saúde em que esse tipo de política afeta é o cuidado materno e infantil. Mulheres grávidas e crianças enfrentam barreiras ao acesso a cuidados de saúde pré-natal e pediátrico. A falta de serviços de saúde adequados e a estigmatização associada às comunidades envolvidas resultam em altas taxas de mortalidade materna e infantil, além de desnutrição e outras condições de saúde evitáveis.
Para saber mais sobre este assunto, acesso o relatório da Consulta Regional para a América Latina, produzido pela Observação Geral sobre Política de Drogas do Comitê DESC com contribuição do Desinstitute.