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Confira os resultados do Diagnóstico da Rede de Atendimento a Pessoas com Transtorno do Espectro Autista no Distrito Federal
5 de outubro de 2024
O relatório, disponível aqui, fruto da Chamada Pública nº 03/2021 do Programa de Bolsas de Pesquisa do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF Codeplan), visou mapear a rede pública de atendimento às pessoas com diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Distrito Federal. Encomendado pelo deputado distrital Leandro Grass, o estudo envolveu análise de dados, entrevistas com gestores e servidores das secretarias de Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e da Pessoa com Deficiência, e grupos focais com familiares.
A principal conclusão revela a dificuldade de comunicação entre as instituições e a necessidade de melhor articulação para aprimorar o atendimento. O relatório apresenta um panorama atual do sistema, propondo um guia para orientar famílias sobre os serviços disponíveis e identificando lacunas organizadas por complexidade e viabilidade de solução.
A pesquisa identificou serviços em saúde, educação e assistência social, como UBS, CAPS e centros de reabilitação, e enfatiza a importância de um atendimento integrado e especializado. No entanto, foram encontradas lacunas significativas:
1.Saúde: O fluxo de atendimento pelo SUS é fragmentado, e a falta de integração entre as redes de saúde e educação compromete o atendimento. A necessidade de aprimorar o suporte na Atenção Primária e a coordenação entre as áreas é urgente.
2. Educação: A Secretaria de Educação (SEEDF) enfrenta desafios com infraestrutura inadequada e sobrecarga de profissionais, resultando em turmas superlotadas e falta de suporte especializado. A capacitação de professores e a integração entre saúde e educação são cruciais.
3. Assistência Social: Há uma carência de serviços diretos e recursos para apoiar a fase adulta e a continuidade do atendimento. A falta de infraestrutura e financiamento é uma preocupação constante.
4. Desafios dos profissionais e famílias: A deficiência na formação e capacitação dos monitores e educadores sociais, juntamente com a alta rotatividade e precarização do trabalho, afeta a qualidade do atendimento. As famílias relatam frustração devido à morosidade e ineficiência dos serviços, muitas vezes recorrendo ao setor privado.
O relatório revela o estado atual dos serviços para pessoas com diagnóstico de TEA no Distrito Federal. Os resultados destacam lacunas significativas em saúde, educação e assistência social, servindo de alerta para questões similares em outras regiões do país.