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Internações psiquiátricas como ferramenta de controle de gênero: o caso de Helena Lahis

Internações psiquiátricas como ferramenta de controle de gênero: o caso de Helena Lahis

10 de abril de 2025

Por desinstitute

O caso da escritora Helena Lahis, internada involuntariamente em outubro de 2019, escancara um velho problema com nova roupagem: o uso da psiquiatria como instrumento de opressão e silenciamento de mulheres.

Lahis foi levada à força para uma clínica psiquiátrica durante um processo de separação. Quem autorizou a internação foi seu ex-marido, Paulo Henrique de Lima, então presidente da Universal Music Brasil. 

O psiquiatra e psicanalista que acompanhava Helena se opôs à decisão. Afirmou que ela não apresentava nenhum transtorno mental. Mesmo assim, o ex-marido alegou uma “mudança de comportamento” como justificativa, baseada em mensagens privadas entre Helena e seu novo companheiro.

Ela ficou 21 dias confinada até conseguir ser libertada. O caso foi investigado pela jornalista Angélica Santa Cruz e publicado na edição de abril da Revista Piauí.

A reforma psiquiátrica avançou, mas não eliminou a lógica manicomial. Ela sobrevive — e, quando aplicada às mulheres, torna-se ainda mais perversa. A internação involuntária vira punição disfarçada de cuidado, ferramenta de controle e silenciamento imposta pelo patriarcado.

A interseção entre misoginia e abuso psiquiátrico é parte da engrenagem de uma violência institucional, pois, quantas outras ainda estão sendo trancadas sob o pretexto de proteção?

Enquanto a lógica manicomial existir, não estamos falando de saúde. Estamos falando de poder.

Confira a reportagem completa em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/helena-lahis-confinada-contra-a-propria-vontade-clinica-psiquiatrica/ 

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