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10 obras audiovisuais sobre a Luta Antimanicomial

Reunimos 10 obras essenciais, entre filmes, documentários, curta-metragens e podcast, que ajudam a entender a complexidade dessa luta, seus desafios e potências.

10 obras audiovisuais sobre a Luta Antimanicomial

16 de maio de 2025

Por desinstitute

A luta antimanicomial no Brasil tem sido retratada em diferentes formatos audiovisuais ao longo das últimas décadas, mostrando os horrores da institucionalização, o surgimento de práticas de cuidado mais humanas e o protagonismo de pessoas em sofrimento psíquico. Confira a lista de 10 obras essenciais, entre filmes, documentários, curta-metragens e podcast, que ajudam a entender a complexidade dessa luta, seus desafios e potências.

Holocausto Brasileiro (2016) – Dir. Daniela Arbex

Disponível no YouTube e Netflix

Baseado no livro homônimo da própria diretora, o documentário denuncia as atrocidades cometidas no Hospital Colônia de Barbacena, onde mais de 60 mil pessoas morreram ao longo do século XX. É uma introdução contundente ao tema, fundamental para compreender a dimensão da violência manicomial no Brasil.

Em Nome da Razão (1979) – Dir. Helvécio Ratton

Disponível no Prime Video e YouTube

Documentário histórico sobre o Hospital Colônia de Barbacena, com imagens e depoimentos fortes sobre o que ocorria no local. Exibido pela TV Globo em 1982 e depois censurado por décadas, o filme é um marco na denúncia da institucionalização como forma de exclusão social.

A Loucura entre Nós (2016) – Dir. Fernanda Fontes Vareille

Disponível no YouTube

O documentário acompanha a vida de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no Rio de Janeiro e mostra o cotidiano de pessoas em liberdade após longos períodos de internação, abordando os desafios da vida fora do hospital psiquiátrico.

Nise: O Coração da Loucura (2015) – Dir. Roberto Berliner

Disponível no Prime Video e YouTube

Ficção inspirada na trajetória da Dra. Nise da Silveira, psiquiatra que rompeu com os métodos violentos da psiquiatria tradicional e contribuiu com a criação de terapias expressivas como forma de cuidado. Um filme sensível e político que destaca o poder da arte e da escuta no campo da saúde mental.

One Flew Over the Cuckoo’s Nest (1975) – Dir. Milos Forman

Disponível no Prime Video e YouTube

Conhecido no Brasil como Um Estranho no Ninho, este clássico do cinema americano é uma crítica feroz ao sistema psiquiátrico institucional. Baseado no romance de Ken Kesey, o filme mostra como os hospitais se tornaram espaços de controle e submissão.

Bicho de Sete Cabeças (2001) – Dir. Laís Bodanzky

Disponível na Netflix e Apple TV

Inspirado no livro autobiográfico de Austregésilo Carrano Bueno, o filme narra a trajetória de um jovem internado à força por uso de drogas. Um retrato pungente do autoritarismo psiquiátrico e das formas de punição social travestidas de tratamento.

Estamira (2004) – Dir. Marcos Prado

Disponível no YouTube e Globoplay

Documentário premiado sobre Estamira, uma mulher em sofrimento psíquico grave, que vivia e trabalhava em um lixão no Rio de Janeiro. Estamira mistura crítica social, delírio, lucidez e misticismo e revela como a marginalização e a violência atravessam a experiência da loucura.

A Casa dos Mortos (2019) – Dir. Débora Diniz e Gabriela Leite

Disponível no YouTube

Um dos mais importantes documentários sobre manicômios judiciários no Brasil. A obra denuncia as condições desumanas em que vivem homens considerados inimputáveis e mostra um sistema que mistura punição, abandono e racismo estrutural.

Podcast 451MHz – Episódio Especial sobre Stella do Patrocínio

Disponível em plataformas de áudio

O episódio conta a história de Stella do Patrocínio, mulher negra que passou mais de 30 anos em um manicômio. Sua fala, gravada nos anos 1980, virou poesia publicada apenas após sua morte. O podcast traz sua voz original e amplia o debate sobre exclusão, racismo e gênero na história da loucura.

O Prisioneiro da Passagem – Dir. Hugo Denizart

Disponível no YouTube

Curta-metragem raro com uma das poucas entrevistas gravadas de Arthur Bispo do Rosário, artista visual que passou grande parte da vida internado. A obra é um testemunho sensível e potente da transformação do sofrimento em arte, e da resistência da subjetividade à lógica manicomial.

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