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Céu Cavalcanti é eleita primeira presidenta travesti de conselho de classe no Brasil
A psicóloga pernambucana alcançou a conquista inédita e histórica ao ser escolhida a primeira presidenta travesti do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro
31 de agosto de 2022
Em uma decisão inédita e histórica, a psicóloga pernambucana Céu Silva Cavalcanti foi eleita a primeira presidenta travesti do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-05). Com a vitória nas eleições para o Sistema Conselho de Psicologia, Céu também tornou-se a primeira travesti eleita para presidir um conselho de classe — considerando todas as categorias — na história do Brasil.
As eleições para a escolha dos plenários dos 24 CRPs, de todas as regiões do País, e do Conselho Federal de Psicologia (CFP) ocorreram de 23 a 27 de agosto. Durante esse período, 96.702 psicólogos participaram da votação, conforme o CFP. O resultado foi divulgado ainda no último sábado (27), logo após o fim da votação. As chapas eleitas vão atuar no quadriênio de 2022 a 2025.
No Rio, venceu a chapa 11 – Ética e Democracia em Defesa da Psicologia, encabeçada por Céu Cavalcanti, com 8.391 votos (83,98% do total). Já na consulta nacional para a definição da nova configuração do CFP, foi eleita a chapa 21 – – Frente em Defesa da Psicologia, liderada pelo atual presidente do conselho, Pedro Paulo Gastalho de Bicalho. O grupo foi escolhido com 54.672 votos (56,54% do total).
Céu Cavalcanti é graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e mestre pela mesma instituição. É doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora do curso de Psicologia no Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam), no Rio. Além disso, integra a diretoria da Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso), o Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Trans-homocultura (ABETH) e da Articulação Nacional de Psicólogues Trans (ANP Trans).
Em duas publicações no seu perfil do Instagram, Céu comemorou a eleição da sua chapa. Segundo ela, a escolha de um grupo encabeçado por uma travesti trata-se de um “processo de cura coletiva”. Ainda conforme a psicóloga, isso também mostra que, embora devagar, as pessoas trans estão cada vez mais ocupando os seus lugares de direito. “Tem uma história de transfobia, de impedimento a pessoas que trans que, hoje, se rasga, quando o Rio de Janeiro, com mais de 8 mil votos, votou em um grupo encabeçado por uma travesti, e a travesti vai ser presidenta do CRP”, disse, emocionada, em um vídeo. Assista abaixo:
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