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Como a luta antimanicomial e o movimento LGBTQIAPN+ estão fortemente unidos na busca por direitos e reconhecimento
28 de junho de 2024
No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, é preciso ressaltar que lógica manicomial na psiquiatria historicamente tem sido usada para controlar corpos considerados desviantes, como pessoas pretas, mulheres, periféricos e indivíduos fora dos padrões cisheteronormativos. A patologização e medicalização dessas identidades têm servido como formas de opressão, excluindo suas subjetividades e promovendo estigmas e discriminação.
Um exemplo claro é a história da patologização da homossexualidade, que foi listada como desordem pela Associação Americana de Psiquiatria até 1973 e pela Organização Mundial da Saúde até 1990. A transexualidade também foi classificada como transtorno mental até junho de 2019, quando a OMS finalmente a retirou da lista de transtornos mentais.
Essas classificações não apenas perpetuaram estigmas, mas também justificaram práticas violentas como as terapias de conversão de pessoas LGBTQIAPN+ para que mudem sua orientação sexual ou identidade de gênero. A persistência dessas ideias reflete o poder do discurso moral e religioso na formação das normas sociais, o que evidencia como a religião tem sido usada para justificar e perpetuar o preconceito.
A luta antimanicomial, portanto, não é apenas sobre saúde mental, mas também sobre combater todas as formas de opressão que se manifestam por meio da psiquiatria e das práticas de diagnóstico e tratamento.