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Em uma sociedade que almeja tanto a normalidade, a loucura pode ser revolucionária
18 de maio de 2024
Hoje, no Dia Nacional da Luta Antimanicomial, é importante reiterar que em uma sociedade que busca incessantemente a normalidade, a loucura pode ser uma força revolucionária.
A abordagem medicalizante e patologizante muitas vezes nos impede de ouvir as vozes das diferenças, não reconhecendo que a cura não reside na supressão da nossa singularidade, mas sim na valorização da diversidade que nos torna verdadeiramente humanos. É fundamental lembrar de toda a resistência contra a opressão institucional e afirmar o direito de sermos quem somos, longe de qualquer tipo de confinamento.
O conceito de normalidade, com frequência, se torna opressivo, excluindo e marginalizando aqueles que não se encaixam nele. Em contrapartida, a loucura transcende essas barreiras, desafiando normas e questionando o status quo. Ela nos faz refletir sobre a complexidade da experiência humana e a multiplicidade de formas de existir.
Nossa batalha pelo fim dos manicômios e pela humanização dos serviços de saúde mental vai além da busca por tratamentos mais eficazes; é uma demanda por respeito à autonomia e à dignidade de cada indivíduo e uma posição contundente contra qualquer forma de opressão em nome da saúde.
Ao rejeitarmos a lógica dos manicômios e buscarmos alternativas baseadas na comunidade, construímos um caminho em direção a uma sociedade mais inclusiva e compassiva.
Portanto, neste dia, celebramos a coragem daqueles que desafiam as normas estabelecidas e reconhecemos a importância de acolher e valorizar a loucura como uma expressão legítima da experiência humana. Reconhecemos aqui também os sobreviventes da psiquiatria, que foram segregados, violentados e tiveram a liberdade roubada.
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