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Patologização da mulher: o excesso de diagnósticos na vivêncian feminina
18 de junho de 2024
Segundo o filósofo Michel Foucault, o controle social sobre os corpos, especialmente os femininos, acontecem por meio de mecanismos de disciplinarização e normatização. Esse controle inclui tanto a prisão dos corpos quanto um discurso moral de “normalidade”.
Na sociedade moderna, as patologias e diagnósticos são usados como formas de controlar e suprimir individualidades. As mulheres foram historicamente estigmatizadas e diagnosticadas com doenças mentais devido a comportamentos que desafiavam as normas patriarcais.
A cultura ocidental, por exemplo, tende a representar o homem como saudável e completo, enquanto a mulher é vista como um homem incompleto e fraco, o que justifica intervenções e controle social.
Dessa forma, a loucura é frequentemente associada às mulheres, refletindo estereótipos culturais e a hierarquização de gênero.
A psiquiatria e outras ciências também contribuíram para a patologização de comportamentos femininos considerados desviantes, como a independência ou a recusa de papéis tradicionais.
Ainda hoje, a maioria dos pacientes com diagnósticos de transtornos mentais são mulheres, muitas vezes devido a uma visão simplista que ignora fatores sociais e culturais em favor de explicações biológicas.
Ao navegar pelas redes sociais, podemos encontrar diversas patologias associadas ao feminino, devido a comportamentos que, nos homens, são vistos de maneira diferente.
A mãe narcisista, a ex louca, a histérica, a doida do bairro — esses são adjetivos presentes no vocabulário social que evidenciam a realidade da patologização feminina, que ainda persiste.
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